Nome da Escola: Grêmio Resistência Escola de Samba Aliança Suburbana
Fundação: 07 de dezembro de 2008
Cidade-Sede: Rio de Janeiro
Cores: Azul e Verde
Fundação: 07 de dezembro de 2008
Cidade-Sede: Rio de Janeiro
Cores: Azul e Verde
Símbolos: Aliança
Presidente: Priscilla Gomes Oliveira
Carnavalesca: Bia Del Negro
Intérprete: Rico Leopoldina
Autor de Enredo: Rafael Reis
Enredo: O “Tupi-positivismo”, uma estória da influência positivista nos primeiros anos da República no Brasil.
Para o enredo desse ano, a Aliança Suburbana contará como um pensamento vindo da Europa conseguiu chegar ao Brasil e fazer história.
O positivismo surgiu na França como uma doutrina filosófica do século XIX. O mentor deste pensamento se chama Augusto Comte, a doutrina teve uma segunda fase em que deixa de ser apenas uma corrente filosófica para se tornar a chamada “Religião da Humanidade”.
No Brasil, a doutrina chegou através do intercâmbio entre estudantes da Escola Militar e da Escola Politécnica, com os intelectuais franceses. E conseguiu uma significativa força política no período de transição entre Monarquia e República, ao ponto de o lema da bandeira republicana possuir os dizeres “Ordem e Progresso”. O cientista político José Murilo Carvalho (1990) destaca que os positivistas foram os maiores fornecedores de símbolo para a Proclamação da República.
A República começa com “ditaduras” no molde defendido pelo pensamento e isso será contado no enredo.
Setor 1
Augusto Comte
O primeiro setor se baseará em ressaltar a figura do mentor da doutrina positivista, o francês Augusto Comte, que nasceu em Montipellier no dia 19 de janeiro de 1798. Sua formação intelectual como filósofo iniciou-se na Escola Politécnica de Paris.
Setor 2
França
O segundo setor trata de destacar o país onde surgiu o positivismo.
Setor 3
Escolas Militar e Politécnica
O terceiro setor destaca a Escola Militar e a Escola Politécnica que foram os lugares onde adentraram pela primeira vez no Brasil as idéias positivistas. Alguns estudantes dessas duas escolas tiveram contato com o positivismo através de viagens para a França, lá eles puderam interagir com intelectuais franceses que aderiram à doutrina. A valorização das ciências exatas foi uma forma de a doutrina ganhar fôlego nessas instituições que formavam engenheiros.
Setor 4
Clotilde de Vaux e República mulher
A fase religiosa do pensamento comteano foi iniciada após o encontro de Augusto Comte com sua musa inspiradora Clotilde de Vaux, nessa fase o positivismo passou a valorizar a mulher como símbolo do lado mais sensível da humanidade. Como mãe a responsabilidade moral da mulher se tornava maior do que a do homem. O fascínio de Comte por Clotilde de Vaux se deu pelo fato de ela casada com um homem preso não permitir que a relação com o filósofo passasse de amizade. Logo se tornou o grande exemplo moral para Comte.
Setor 5
Estado Teológico (fetichista, politeísta, monoteísta)
Setor que ressalta o primeiro estágio do progresso da humanidade para Augusto Comte. Dentro do pensamento positivista, para chegar ao estado ideal que era o positivo, a humanidade teria que passar por outros dois estágios, no teológico os fatos eram explicados através de interferências espirituais. Comte dividiu em três períodos o estado teológico: o fetichista em que o homem acreditava que seres sobrenaturais eram responsáveis todos os fenômenos da sociedade, o politeísta em que se acreditava em um conjunto espiritual de deuses que poderiam interferir em alguns fenômenos, e o monoteísta “em que a sociedade gradualmente passava a acreditar que um ser sobrenatural era responsável por todas as ações providenciais”. (DIACON, 2004)
Setor 6
Estado Metafísico
Setor que ressalta o segundo estágio do progresso da humanidade para Augusto Comte. Nesse estágio o homem começaria a tentar entender os fenômenos da humanidade através da razão, o que seria o caminho para o estado positivo.
Setor 7
Estado Positivo
Setor que ressalta o terceiro estágio do progresso da humanidade para Augusto Comte. É onde as leis naturais nortearam e alguns indivíduos guiaram a humanidade para um processo de unificação. Nessa fase o positivismo se tornará o guia de comportamento moral. E pela “ordem universal” todos os positivistas deveram dar ênfase ao social se preocupando com o bem público.
Setor 8
Igreja Positivista do Brasil.
Existe uma distinção entre os positivistas também no Brasil. Os chamados “ortodoxos” defendem a fase religiosa do pensamento de Comte e fundaram uma Igreja que batizaram com o nome de “templo da humanidade” que fica na Glória na Rua Benjamin Constant. O oitavo setor destacará esse monumento.
Setor 9
Bandeira Nacional
A divisa da bandeira nacional contém os dizeres “Ordem e Progresso”. O lema do positivismo que foi a inspiração dessa divisa, era: “o Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim.” A bandeira foi toda idealizada pelo positivista “ortodoxo” Raimundo Teixeira Mendes, e ficou marcada como o grande símbolo da influência positivista dentre as elites no momento da Proclamação da República. O nono setor tratará disso.
Setor 10
Grandes personalidades positivistas
Essa ala ressalta importantes personalidades positivistas como: Marechal Rondon, Benjamin Constant, Miguel Lemos e Raimundo Teixeira Mendes. Benjamin Constant, por exemplo, foi um militar que ocupou dois ministérios na Primeira República.
Setor 11
Ditadura Republicana
Setor que ressalta o regime inevitável para o progresso do mundo na visão do mentor do positivismo. Essa ditadura era necessária para conduzir a humanidade ao progresso para Comte. Esse setor ressaltará também o governo militar pós-proclamação do marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891), que tinha como ministro Benjamim Constant, o positivista mais influente na política nessa época e que idealizava que esse governo poderia ser o início da ditadura salientada por Comte.
Setor 12
Constituição de 1891
Um dos artigos da constituição de 1891 chama o positivista Benjamin Constant de fundador da república, logo, é importante ressaltar que na primeira constituição republicana houve interferência positivista.
Setor 13
Altruísmo
Uma das metas da doutrina positivista era a “incorporação do proletariado na sociedade”. O altruísmo era um discurso presente entre os positivistas, porém essa preocupação social, só poderia se transformar em realidade de acordo com os pensamentos da doutrina. Todos deveriam caminhar para o progresso pelos moldes do pensamento de Comte.
Setor 14
Humanidade
A Igreja Positivista do Brasil é considerada pelos positivistas o “Templo da Humanidade”. Por ser uma doutrina racional, o desenvolvimento do intelecto humano foi sempre valorizado por Augusto Comte. As grandes personalidades morais são vistas como uma espécie de “santos” para os positivistas.
Setor 15
Monumento remanescente
A última ala trata de um monumento remanescente que fica na Cinelândia e realça que o positivismo era influente no período.
Um enredo em que se ressalta uma doutrina que valoriza a humanidade promete trazer grandes reflexões. Servirá também de explicação para o surpreendente êxito, por um determinado tempo, de um pensamento filosófico criado por um francês em solo brasileiro.
Enredista: Rafael Reis Pereira Bandeira de Mello (Mestrando em História Social – UERJ com o tema Positivismo e Primeira República)
BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS
BENOIT, L. O. Sociedade Comteana: gênese e dever. São Paulo: editora: Discurso Editorial, 1999.
CARVALHO, J. M. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, 166p.
COMTE, A. Discurso sobre espírito positivo. In: COMTE, A. Os pensadores. São Paulo:Abril cultural, 1978, p.42-115. Tradução de texto produzido em 1844
DIACON, T. A. Perfis brasileiros Rondon São Paulo: Companhia das letras, 2004, 219p.
O positivismo surgiu na França como uma doutrina filosófica do século XIX. O mentor deste pensamento se chama Augusto Comte, a doutrina teve uma segunda fase em que deixa de ser apenas uma corrente filosófica para se tornar a chamada “Religião da Humanidade”.
No Brasil, a doutrina chegou através do intercâmbio entre estudantes da Escola Militar e da Escola Politécnica, com os intelectuais franceses. E conseguiu uma significativa força política no período de transição entre Monarquia e República, ao ponto de o lema da bandeira republicana possuir os dizeres “Ordem e Progresso”. O cientista político José Murilo Carvalho (1990) destaca que os positivistas foram os maiores fornecedores de símbolo para a Proclamação da República.
A República começa com “ditaduras” no molde defendido pelo pensamento e isso será contado no enredo.
Setor 1
Augusto Comte
O primeiro setor se baseará em ressaltar a figura do mentor da doutrina positivista, o francês Augusto Comte, que nasceu em Montipellier no dia 19 de janeiro de 1798. Sua formação intelectual como filósofo iniciou-se na Escola Politécnica de Paris.
Setor 2
França
O segundo setor trata de destacar o país onde surgiu o positivismo.
Setor 3
Escolas Militar e Politécnica
O terceiro setor destaca a Escola Militar e a Escola Politécnica que foram os lugares onde adentraram pela primeira vez no Brasil as idéias positivistas. Alguns estudantes dessas duas escolas tiveram contato com o positivismo através de viagens para a França, lá eles puderam interagir com intelectuais franceses que aderiram à doutrina. A valorização das ciências exatas foi uma forma de a doutrina ganhar fôlego nessas instituições que formavam engenheiros.
Setor 4
Clotilde de Vaux e República mulher
A fase religiosa do pensamento comteano foi iniciada após o encontro de Augusto Comte com sua musa inspiradora Clotilde de Vaux, nessa fase o positivismo passou a valorizar a mulher como símbolo do lado mais sensível da humanidade. Como mãe a responsabilidade moral da mulher se tornava maior do que a do homem. O fascínio de Comte por Clotilde de Vaux se deu pelo fato de ela casada com um homem preso não permitir que a relação com o filósofo passasse de amizade. Logo se tornou o grande exemplo moral para Comte.
Setor 5
Estado Teológico (fetichista, politeísta, monoteísta)
Setor que ressalta o primeiro estágio do progresso da humanidade para Augusto Comte. Dentro do pensamento positivista, para chegar ao estado ideal que era o positivo, a humanidade teria que passar por outros dois estágios, no teológico os fatos eram explicados através de interferências espirituais. Comte dividiu em três períodos o estado teológico: o fetichista em que o homem acreditava que seres sobrenaturais eram responsáveis todos os fenômenos da sociedade, o politeísta em que se acreditava em um conjunto espiritual de deuses que poderiam interferir em alguns fenômenos, e o monoteísta “em que a sociedade gradualmente passava a acreditar que um ser sobrenatural era responsável por todas as ações providenciais”. (DIACON, 2004)
Setor 6
Estado Metafísico
Setor que ressalta o segundo estágio do progresso da humanidade para Augusto Comte. Nesse estágio o homem começaria a tentar entender os fenômenos da humanidade através da razão, o que seria o caminho para o estado positivo.
Setor 7
Estado Positivo
Setor que ressalta o terceiro estágio do progresso da humanidade para Augusto Comte. É onde as leis naturais nortearam e alguns indivíduos guiaram a humanidade para um processo de unificação. Nessa fase o positivismo se tornará o guia de comportamento moral. E pela “ordem universal” todos os positivistas deveram dar ênfase ao social se preocupando com o bem público.
Setor 8
Igreja Positivista do Brasil.
Existe uma distinção entre os positivistas também no Brasil. Os chamados “ortodoxos” defendem a fase religiosa do pensamento de Comte e fundaram uma Igreja que batizaram com o nome de “templo da humanidade” que fica na Glória na Rua Benjamin Constant. O oitavo setor destacará esse monumento.
Setor 9
Bandeira Nacional
A divisa da bandeira nacional contém os dizeres “Ordem e Progresso”. O lema do positivismo que foi a inspiração dessa divisa, era: “o Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim.” A bandeira foi toda idealizada pelo positivista “ortodoxo” Raimundo Teixeira Mendes, e ficou marcada como o grande símbolo da influência positivista dentre as elites no momento da Proclamação da República. O nono setor tratará disso.
Setor 10
Grandes personalidades positivistas
Essa ala ressalta importantes personalidades positivistas como: Marechal Rondon, Benjamin Constant, Miguel Lemos e Raimundo Teixeira Mendes. Benjamin Constant, por exemplo, foi um militar que ocupou dois ministérios na Primeira República.
Setor 11
Ditadura Republicana
Setor que ressalta o regime inevitável para o progresso do mundo na visão do mentor do positivismo. Essa ditadura era necessária para conduzir a humanidade ao progresso para Comte. Esse setor ressaltará também o governo militar pós-proclamação do marechal Deodoro da Fonseca (1889-1891), que tinha como ministro Benjamim Constant, o positivista mais influente na política nessa época e que idealizava que esse governo poderia ser o início da ditadura salientada por Comte.
Setor 12
Constituição de 1891
Um dos artigos da constituição de 1891 chama o positivista Benjamin Constant de fundador da república, logo, é importante ressaltar que na primeira constituição republicana houve interferência positivista.
Setor 13
Altruísmo
Uma das metas da doutrina positivista era a “incorporação do proletariado na sociedade”. O altruísmo era um discurso presente entre os positivistas, porém essa preocupação social, só poderia se transformar em realidade de acordo com os pensamentos da doutrina. Todos deveriam caminhar para o progresso pelos moldes do pensamento de Comte.
Setor 14
Humanidade
A Igreja Positivista do Brasil é considerada pelos positivistas o “Templo da Humanidade”. Por ser uma doutrina racional, o desenvolvimento do intelecto humano foi sempre valorizado por Augusto Comte. As grandes personalidades morais são vistas como uma espécie de “santos” para os positivistas.
Setor 15
Monumento remanescente
A última ala trata de um monumento remanescente que fica na Cinelândia e realça que o positivismo era influente no período.
Um enredo em que se ressalta uma doutrina que valoriza a humanidade promete trazer grandes reflexões. Servirá também de explicação para o surpreendente êxito, por um determinado tempo, de um pensamento filosófico criado por um francês em solo brasileiro.
Enredista: Rafael Reis Pereira Bandeira de Mello (Mestrando em História Social – UERJ com o tema Positivismo e Primeira República)
BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS
BENOIT, L. O. Sociedade Comteana: gênese e dever. São Paulo: editora: Discurso Editorial, 1999.
CARVALHO, J. M. A formação das almas: O imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990, 166p.
COMTE, A. Discurso sobre espírito positivo. In: COMTE, A. Os pensadores. São Paulo:Abril cultural, 1978, p.42-115. Tradução de texto produzido em 1844
DIACON, T. A. Perfis brasileiros Rondon São Paulo: Companhia das letras, 2004, 219p.