sábado, 9 de outubro de 2010

GRESV Fidalgos da Pedra do Sal

Nome da Escola: Gresv Fidalgos da Pedra do Sal
Fundação:18/10/2010
Cidade-Sede: Rio de Janeiro
Cores: vermelha ,azul e branco
Símbolos: Leão

Presidente: Jessica Araujo
Carnavalesco: Eduardo Tannus
Intérpretes: Thiago Meiners e Rodrigo Oliveira

Enredo 2011: Do Rocio Pequeno ao Templo do Samba: uma Nostalgia chamada Praça XI...
Justificativa do enredo:

Poucos conhecem a sua história, e muitos questionam até a sua existência. Afinal, o que foi a Praça XI? Onde ficava a Praça XI? Qual a real importância da Praça XI?
A Praça XI de Julho Situava-se entre as ruas Santana, Marquês de Pombal, Senador Euzébio e Visconde de Itaúna.
Onde se formou a cultura do samba, hoje é o cenário do Templo do Samba, vamos acompanhar essa nostálgica história em uma grande homenagem à grande raiz do carnaval!


Sinopse

Apresentação: Ouço batuques ao longe!
Sim, batuques, cantorias, cânticos, risadas, movimento. Eram exuberantes, Alegres, ruidosos e extremamente musicais. Assim eram os escravos urbanos do Rio de Janeiro. Mucamas lavadeiras, moleques de recado, pretos forros, e alguns corajosos negros fugidos que habitavam os quilombos próximos. Era esse o ambiente do coração do Rio de Janeiro!
Como é noite, vamos começar com a noite do batuque, o chamado negro pelas suas raízes. Ogãs afinam seus instrumentos, Ekedis preparam os banhos e as comidas enquanto os Iyawos esperam o início da festa! É dia de gira!
E com essa incrível sinfonia negra, os Iyawos deixam a realidade para emprestarem seus corpos aos orixás. Essa mistura de ritual com arte folclórica amanhece, quando os orixás, envaidecidos com seus presentes e quitutes, vão felizes para seus domínios. E, ao raiar o dia, É hora de fazer Funcionar o Rocio Pequeno, o grande tema de nossa história.
E esse rocio, de comércio e de população de baixa renda, abraçou uma grande leva de imigrantes. Sejam eles Espanhóis, Portugueses, Franceses, Judeus, Árabes ou simplesmente os negros fugidos da Bahia.
Aliás, é essa tradição de negros Baianos que fez do Rocio Pequeno local de manifestação da cultura africana, onde também ficou conhecido como o berço do samba.

Setor 2: Ouço o grito de carnaval!
E assim o Rocio cresceu, ficaria melhor se fosse chamado de Praça, mas... que praça!? Eis que uma batalha importante tinha sido travada, a Batalha Naval do Riachuelo, no dia onze de junho de 1865. Como uma batalha não poderia virar nome de Praça, por que não a data? Assim a praça seria chamada Praça Onze de Junho, ou, simplesmente, Praça XI. A batalha ficaria logo ali perto, a duas quadras...
E enquanto há essa confusão do melhor nome para a praça, a mesma ficava conhecida pela sua cultura sambística, pois foi em uma casa em seus arredores, da famosa baiana Hilária Batista de Almeida, ou simplesmente Tia Ciata, que o samba nasceu. Pelo telefone, avisaram que o samba seria o símbolo da identidade musical carioca.
Enquanto o samba tocava nas imediações, não muito longe dali, no Morro de São Carlos, um grupo de malandros observava a escola de Normalistas formando mestres do saber. Foi quando Ismael Silva deu a ideia de criarem uma escola... de samba, para formarem os mestres do que seria mais que um estilo musical, e sim um estilo de vida! Deixem falar, pois o samba vai passar!

Se a Deixa Falar não vingou como escola de samba, de Madureira veio a Portela, logo após a estação do Morro da Mangueira teria sua representação no mundo do samba. Assim, os portuários criaram a Vizinha Faladeira, e os ex quilombolas do Boréu uniram-se e fizeram da Unidos da Tijuca escola de samba. E foi na área da Deixa Falar, que todas se uniram para disputar o título de melhor escola de samba do carnaval

Setor 3: Ouço um lamento! Vão acabar com a Praça XI!

Foi assim que o mundo do samba protestou contra as obras da então moderníssima Presidente Vargas, a mais nova avenida da região central da cidade. Grande Otelo, juntamente com Herivelto Martins, Max Bulhões e Wilson Batista, fizeram o samba de despedida da praça do samba:

“Vão acabar com a Praça OnzeNão vai haver mais Escola de Samba,Não vaiChora o tamborimChora o morro inteiroFavela, Salgueiro,Mangueira, Estação PrimeiraGuardai os vossos pandeiros, guardaiPorque a escola de samba não sai.Adeus minha Praça Onze, adeusJá sabemos que vais desaparecerLeva contigo a nossa recordaçãoMas ficarás eternamente em nosso coraçãoE algum dia nova Praça nós teremosE o teu passado cantaremos.”


E a Praça XI se foi, em 1941, para que a Avenida Presidente Vargas pudesse ligar o centro do Rio à zona norte da cidade. Mas inegavelmente sua participação na história da cultura carioca não seria esquecida. O samba, Viúvo da praça, fixou no que seria seu entorno, a morada eterna. A Deixa Falar ressurgiria no leão vermelho e branco da Estácio de Sá. A mesma Presidente Vargas que derrubou a tão importante praça do samba, tornou-se palco da maior festa popular do planeta.
Apesar das tentativas de preservar a identidade do samba e do carnaval, o entorno da antiga Praça Onze hoje é um verdadeiro purgatório da beleza e do caos, enquanto as “Cabeças de Porco” do “Balança mas Não Cai” dá o sinal do caldeirão de gente que transita pela central, o Terreirão que seria do Samba tem sido do pagode, do axé ou do funk, tem sido até evangélico. Em uma tentativa de imortalizar o carnaval, fizeram a Sapucaí, o “Templo do Samba”. Uma pena que tem sido mais “A Igreja Universal do Samba”, onde quem pagar mais terá um lugar melhor no espetáculo. Mas, façamos nosso clima de nostalgia e relembremos os tempos que apenas os negros cantavam para irem ao Rocio trabalhar... e desfilemos no palco da folia um sonho de que ao menos o clima do samba volte para os entornos da imortal Praça Onze, onde o samba nasceu e fez morada...