segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

GRESV Águia do Estácio


Nome da Escola: G.R.E.S.V. Águia do Estácio
Fundação: 13 de Abril de 2006
Cidade-Sede: Rio de Janeiro / RJ
Cores: Vermelho e branco
Símbolos: Águia
Presidente, Carnavalesco e Autor de Enredo: Marcus Vinicius
Intérprete: Daniel Silva
Enredo: “A tribo de Juriti conta a lenda da criação”
“A tribo de Juriti conta a lenda da criação”
Introdução:
Da morada dos deuses surge a força do universo! E é essa força que o pajé convoca para abrir os caminhos e abençoar o desfile da Águia do Estácio. Como retribuição, cada componente se torna parte de uma grande tribo e oferece a mais bela festa. Neste ritual de canto e dança, descem pelo ar os bons espíritos, que chegam para participar do louvor à vida. Com os desenhos coloridos sonhados pelo pajé me enfeito... Hoje é dia de celebração!


Sinopse:
No início dos tempos, o filho de Jaci (Lua), habitava uma região onde não havia a luz, também não existiam rios ou florestas, nem mesmo o azul do céu. Alimentava-se apenas de alguns animais noturnos, pois não conhecia peixes, pássaros ou frutas. Era o mundo da escuridão.Certo dia, numa caçada, esse índio perseguia um tatu canastra e à medida que este se afastava, sua caça crescia cada vez mais. Próximo de alcançá-la, o tatu rapidamente cavou a terra, desaparecendo dentro dela. Se formou uma cova imensa e ele decidiu seguir o animal, ficando surpreso ao perceber que, ao final da escuridão, brilhava uma luz intensa.

Maravilhado, viu que lá existia um outro mundo, com um límpido céu azul e o sol brilhante a aquecer as criaturas. Na água havia muitos peixes coloridos, tartarugas, jacarés... Nos campos floridos destacavam-se as borboletas. Florestas exuberantes abrigavam animais e insetos exóticos, contendo ainda diversas árvores carregadas de frutos. Os pássaros embelezavam o espaço com suas lindas plumagens. Deslumbrado, o índio ficou a admirar aquele paraíso até que encontrou uma bela jovem... A filha do Sol! Apaixonaram-se e da união de dois mundos, surgiram o dia e a noite. Da união de seus corpos nasceram Piatã (Forte) e Cunhataí (Menina).
Poucos anos depois, num fim de tarde, o Sol começava a se esconder no horizonte e a Lua surgia faceira detrás das montanhas. O céu dourado iluminava toda a natureza. Neste cenário, Piatã e Cunhataí corriam e brincavam até que avistaram uma grande aldeia. Curiosos e com sede, os curumins foram até lá e pediram um pouco de água. O que eles não sabiam era que ali moravam os maus espíritos. A água lhes foi servida com uma mistura venenosa. Desconfiado, Piatã não bebeu e tentou impedir a irmã, mas já era tarde... A sede de Cunhataí era tão grande que a pequena nem percebeu o gosto ruim. A menina morreu para tristeza de seu irmão.
Enfurecido, o curumim tomou a forma de onça e por instinto derrubou todos os potes que guardavam o líquido. Os potes ficaram em pedaços e assim quebrou-se a maldição. O corpo de Cunhataí sumiu nas águas derramadas onde brotou uma grande pomba. Era o espírito da menina renascendo como Juriti-Pepena, uma ave fantástica, que canta perto de vós e não a vedes... Que está talvez à vossa cabeceira e a não sentis. Ouvireis o pio lúgubre da ave, sem que possais jamais descobri-la.
As águas foram espalhadas pelo seu doce bater de asas e assim surgiram os rios. Juriti voou para o infinito e nas margens dos rios algumas flores apareceram. Acredita-se que o coração puro da curumim se desmanchou nas águas e, por isso, a mais bela forma de vida brotou ali.
Desse dia em diante, sempre que uma flor se abrir na chegada do pôr-do-sol contará com o toque suave dos ventos para imitar o pio lamentoso da Juriti.Nossa escola presta homenagem a todas as tribos indígenas, contando uma das suas mais belas histórias. Então voa minha Águia encantada... Hoje minha tribo é você! Tu és a tribo de Juriti. E o teu manto vermelho exalta a pureza do índio. Em verso e prosa, oferecemos flores para os rios onde o coração de Cunhataí baterá eternamente. É o louvor à Juriti!