segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

SCV Capricho Negro


Nome da Escola: Sociedade Carnavalesca Virtual Capricho Negro
Fundação: 23 de Julho de 2009
Cidade-Sede: Rio de Janeiro
Cores: Verde e Preto
Símbolos: Cisne Negro

Presidente, Autor de Enredo e Carnavalesco: Guilherme Estevão
Intérprete: Leandro Thomaz
Diretor de Marketing: Murilo Polato
Enredo: “Viagem Masacarada”
A Sociedade Carnavalesca Virtual Capricho Negro tem a honra de apresentar o enredo “Viagem Mascarada”. Uma viagem fantástica pela história, sem a barreira do tempo ou da realidade, sobre um dos principais símbolos das emoções do mundo, as máscaras. Embarque conosco nesta viagem, basta entrar pelo portal do Mundo Mágico das Máscaras.
Navegando sob o tempo, mergulhamos nas palavras para encontramos o significado desse objeto dos sonhos. Máscara tem origem italiana, designa uma criação fantástica, de feitiçaria e associada a manifestações diabólicas e em torno de um mistério. A princípio era utilizada como o passaporte para novos mundos, “a explicação de fatos inexplicáveis”.
Nossa primeira parada é na estação “Antigo Egito”, a mais de 3000 anos a.C. Lá as máscaras eram usadas em cerimoniais de sacrifício. As célebres múmias usavam-nas como vestimentas, geralmente, suas máscaras eram adornadas em pedras preciosas e tinham como simbolismo, uma ajuda na “arriscada passagem à vida eterna”. Logo na frente desta estação, está uma estátua da principal máscara já criada para um faraó no Egito, a máscara de Tutankhamon.
Começamos a ouvir o som do batuque, estamos perto da “Terra-Mãe” da humanidade, África. Paramos para conhecer o sincretismo de seus rituais, onde as máscaras eram criadas por artistas de cada tribo e representavam faces humanas exageradas, cobertas de pedras, onde o valor espiritual depositado sobre elas remetia a representação material de seus deuses, além dos rostos daqueles que eram vencidos nas batalhas. O povo africano foi o primeiro a usar as máscaras como objeto de efeito decorativo, nos rituais de transfusão espiritual. Aliando o valor sentimental à riqueza de sua arte.
Atravessamos o oceano atlântico, chegamos ao “velho continente” europeu, onde através de processos históricos de conquistas de terras e movimentos migratórios, as máscaras chegaram até as suas sociedades. Passaram a ser usadas como forma de representação do terror e ilusão, tendo grande destaque nos festivais e teatros gregos e romanos. Possibilitavam aos atores uma ressuscitação de homens através de suas aparências representadas nas máscaras. A incorporação dos “mortos vivos”. As máscaras usadas no teatro chamavam-se personna, é a partir dela surge a palavra personagem.
A viagem começa a ficar quente, mas não é pelo clima europeu, são pelas “chamas da Inquisição”. Com a queda da civilização Romana, as máscaras caíram em desuso e na Idade Média tornam-se ilegais e relacionadas a cultos pagãos, sendo cassadas pela Inquisição. Durante esse período, o Carnaval também foi proibido, porém no século XV, o Papa Paulo II atribuiu mudanças na forma de celebração da festa e realizou o primeiro baile de Carnaval em seu palácio, onde foi inserido na festa o uso de máscaras e fantasias.
Por toda a Itália, as máscaras e fantasias ganharam força principalmente pela Comédia dell’arte, um grupo formado por vários personagens, mas o apaixonante triângulo amoroso Pierrot, Arlequim e Colombina marcaram o Carnaval de Veneza e o brasileiro.
Vestimos as nossas fantasias e colocamos a nossas máscaras, pois vamos até o primeiro “Ball Masquê” (Baile de Máscara), em Veneza. Devido a divergências políticas o uso de máscaras tornou-se necessário em Veneza, com isso passaram a ser usadas além do Carnaval de rua, nos grandes bailes e teatro, e se tornaram uma enorme fonte econômica para a cidade. Veneza que passou a ser conhecida como “A Cidade Mascarada”.
A incrível viagem chega ao nosso Brasil, onde as máscaras já eram usadas muito antes da influência européia. Tribos primitivas faziam e usavam máscaras que simbolizavam animais e insetos. Assumiu na visão da guerra, a função de um elemento mágico que dava ao guerreiro um aspecto desumano e feroz para intimidar o adversário e uma proteção o contra o mal de forças sobrenaturais presentes na crença indígena.
A partir da colonização e a influência européia, o Brasil passou a incorporar a cultura do uso de máscaras de maneira artística, principalmente nos bailes da alta sociedade, porém essa influência européia aliou-se a cultura afro, do batuque e do gingado, transformando o carnaval de rua em um grande evento artístico europeu, mas em ritmo africano. Evoluiu e tornou-se o grande Carnaval Brasileiro, a maior festa popular do mundo em que os foliões se fantasiam e usam máscaras para brincar e dançar durante os seis dias de festa.
Saímos do Brasil e damos mais uma volta ao mundo. Em diversos pontos deles são atribuídos valores distintos as máscaras, valores sociais ou emocionais. Como acessórios de dança festivais no Oriente. Muitas vezes, os dançarinos encarnavam um ou vários seres representando o tempo da criação. Destacam-se na Ásia, as máscaras Chinesas
Os nativos dos Estados Unidos também usavam máscaras para adorar seus mortos. No dias de hoje, a data em que são mais usadas é o Dia das Bruxas, Halloween, onde as pessoas utilizam-nas se inspirando em fantasias dos filmes de terror e lendas, e saem às ruas com a intenção de assustar os outros e conseguir doces.
Os simpáticos Esquimós acreditavam que cada criatura tinha uma dupla existência e podia mudar para a forma de um ser humano ou animal, bastando querer. Assim, as máscaras Esquimós eram, normalmente, feitas com duas faces - uma de um animal e outra de um humano.
Além da tradição de serem usadas em celebrações, as máscaras são usadas no esporte como na esgrima e lutas livres; para salvar vidas como as máscaras de oxigênio ou aquelas usadas para estética. Não possuem a elegância das máscaras decorativas, mas são de suma importância.
A nossa viagem entra em uma região nebulosa, a área proibida, secreta ou ilícita das máscaras. Personagens maléficos, políticos corruptos e psicopatas “se escondem” da sociedade, em uma espécie de máscara invisível. Mas como o bem sempre vence o mal, “as máscaras sempre caem!”.
Estão muito presente na televisão e no cinema, através de desenhos animados e filmes. Alguns personagens marcaram a utilização delas na TV e no cinema como, “O Zorro”, “O Máscara” e vários outros personagens que acrescentaram muito para o divertimento e o imaginário das pessoas.
Enigmáticas, inquietantes, trágicas ou cômicas, assustadoras ou belas. As máscaras são extraordinários acessórios de formas e funções múltiplas, simples, complexas, articuladas ou imóveis, feitas de folhas, de cascas, de ramos vegetais, tecido, pele, de couro, de madeira, forjadas em ouro, prata ou outros metais, esculpidas em pedra, cozidas em cerâmica, ou moldadas em papel. As máscaras são artefatos onipresentes que espelham as suas sociedades.
Chegamos ao ponto inicial de nossa viagem, os portões do Mundo Mágico se fecham e a nosso passeio fantástico pelo misterioso e belo mundo das máscaras chega ao fim. Estejam à vontade para embarcarem novamente nessa incrível “Viagem Mascarada”.