quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

GRESV Tigres de Niterói


Nome da Escola: G.R.E.S.V. Tigres de Niterói
Fundação: 12/08/2007
Cidade-Sede: Niterói-RJ
Cores: Laranja e Preto
Símbolo: Tigre
Presidente: Bernardo Antunes
Carnavalesco: Rodrigo Oliveira
Intérprete: Victor Nowosh
Autor do Enredo: Thiago Meiners

Enredo: “Ópera Negra - O Alabê de Jerusalém”

Introdução:

Fé e sincretismo religioso. Crença e luta. Devoção e respeito. São palavras que juntas traduzem todo o sentimento da saga de Alabê. A Ópera Negra está pronta para começar. Os tambores rufam, artistas entram na avenida para apresentar um espetáculo de fé. A Tigres de Niterói volta para contar a saga de Ogundana, um negro africano que viaja pelo mundo na busca de uma única crença e cultura e descobre a vida não é como ele imaginava. Que comece a história do mais valente filho de Xangô. Axé!

Setor 1: Ópera Negra – O Filho de Xangô

Rufem os tambores e apaguem as luzes! Vai começar a Ópera Negra, com a história do mais ancestral e guerreiro de Ifé, Ogundana. Os artistas se preparam, cortinas se abrem e começa a lenda de Alabê. O mito que descobre em outras culturas e religiões o amor e o sentimento pela sua fé. As raízes africanas são exaltadas e no Brasil a Ópera Negra surge como forma de preservação a raiz da força do nosso povo.

Com a benção dos deuses yorubanos, nasce em Ifé, capital do Império Yorubá, na Nigéria, o filho de Xangô com Oxum, maternado por Nanã, conhecedor dos segredos de Ossain e Obaluaê e apadrinhado por Exu e Ogum, Ogundana. Os deuses yorubanos indicam que ele tem o dom de ser um Alabê na terra e nos céus. Na terra, o Alabê carrega instrumentos musicais e nos céus é um mensageiro dos orixás na morada do homem, com a função de descer ao mundo para revelar segredos e mistérios.


Setor 2: Delírios de Ogundana

Em Ifé, Ogundana vive toda sua infância e vive em mundo de imaginação, delirante. Aventureiros e viajantes de todos lugares do mundo passavam por sua cidade contando histórias sobre a cultura oriental (destaque para China e Índia), povos nômades, nações européias e etc... Ogundana se encantava com as histórias dos aventureiros e viajantes e começou a imaginar como seria o mundo fora de sua cidade. Em sua imaginação acreditava que as culturas e os povos contados pelos aventureiros e viajantes eram misturadas com a cultura Yorubá, sendo todos povos e culturas um só, com base Yorubá.

O mundo delirante de Ogundana era totalmente diferente de como era de verdade a cultura nesses lugares. Ogundana imaginava um mundo de uma única religião, de uma cultura mesclada, onde não haviam conflitos religiosos e a fé era única. Seus delírios o levavam a um desejo: viajar mundo afora para ver com seus próprios olhos outros lugares e culturas.


Setor 3: A Viagem de Ogundana

Ogundana, aos doze anos, foge de sua cidade para descobrir um mundo novo e segue sem rumo por terras desconhecidas. Passa por dois impérios africanos, Axum e Meroe, e descobre diferenças entre sua cultura e a cultura de tais impérios. Depois, passa por savanas, encontra os mais variados tipos de flores africanas e de animais silvestres.

Nosso guerreiro chega ao Reino da Núbia, no Egito. O Reino era controlado pelo Império Axum e por lá Ogundana encontra um centurião ferido em uma batalha do Império Romano contra o Império Axum. Ogundana o ajuda, curando-o com o poder medicinal das ervas que aprendeu em sua cultura. Recebe um convite do centurião e parte para Roma, onde graças a seu conhecimento sobre a cura das ervas e a natureza passa a trabalhar para o Império curando feridos em combates junto com sábios.



Setor 4: A Saga de Fé – O Nascimento do Mito Alabê

Devido a conquistas do Império Romano, Ogundana após cinco anos morando na capital, parte para a Cesária onde se torna terapeuta da tropa de Poncio Polatos. Na Cesária, Ogundana encontra o caminho e direção para sua vida, o amor. Na comunidade essênia encontra Judith, uma bela negra africana. Ambos ficam juntos e viajam para a Galiléia para encontrar familiares de Judith.

Na Galiléia começa a saga de fé de Ogundana, que conhece Jesus Cristo e se encanta com o Sermão da Montanha. Ogundana se torna um aprendiz de Jesus e com os ensinamentos de seu mestre começa a unir os ensinamentos Yorubás com cristãos. Em Jerusalém, presencia a crucificação de Jesus e pouco tempo depois sua esposa Judith falece. Ogundana parte para o deserto da Judéia e vive vagando até sua morte.

Após a morte, ele inicia uma nova vida. Sob a benção dos Orixás, Ogundana se transforma no Alabê de Jerusalém. Mensageiro dos Orixás na terra, Alabê é o espelho de um homem que lutou por seu destino e mesmo perante outra crença uniu sua fé ancestral em uma só, criando sua própria religiosidade.

Por fim, fazemos um tributo a Altay Veloso. O homem que criou o mito ancestral Alabê e transformou sua história na Ópera Negra – O Alabê de Jerusalém, que reuniu os mais diveros artistas da música popular brasileira. Altay mostrou ser um homem que possui a alma de Ogundana e preservou sua raiz perante outras crenças e religiões. Muito obrigado e axé.



Dicionário Yorubá para compositores:

Ayê – Terra
Orun – Céu
Ilê – Casa
Axé – Desejo de coisas boas


Mais informações sobre palavras Yorubás:
http://www.cabocloarruda.hpg.com.br/teca/dicionario.htm


Bibliografia:

http://essenios.wordpress.com/
http://pt.wikipedia.org
http://www.oalabeloja.com/
http://www.acontecenacidade.com.br/index2.php?option=com_content&do_pdf=1&id=102
http://blog.oalabeloja.com/
http://www.tamboreiros.hpg.ig.com.br/
http://www.poetasdelmundo.com
http://cidinhadasilva.blogspot.com/2008/02/ogundana-o-alab-de-jerusalm.html