Fundação: 19/05/2008
Cidade-Sede: SÃO GONÇALO - RJ
Cores: PRETO E AMARELO
Símbolos: DRAGÃO
Presidente: Victor Fernandes
Carnavalesco: Isac Alex
Carnavalesco: Isac Alex
Intérprete: Diney SP
Diretor Musical: Evandro Costa
Diretor Musical: Evandro Costa
Diretor de Marketing: Guilherme Estevão
Enredo 2011: Até que a morte os separe?
É sempre assim... Conhecemos alguém, nos apaixonamos e a vida se transforma numa festa com risos, juras de amor e fidelidade eterna. Porém, parafraseando Vinícius de Moraes no Soneto da Fidelidade, “... Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure”.
Acreditamos que encontraremos nossas almas gêmeas, princesas (ou príncipes encantados) e que, assim, encontraremos a felicidade plena. O coração dispara, a boca seca e o corpo treme. Nosso corpo se enche das drogas do amor, as “anfetaminas”, que nos viciam em paixão e, tudo o que nos interessa, é estar com a pessoa amada. Depois de um tempo, as drogas tornam-se endorfinas, que nos dão bem-estar e segurança, mas sem a emoção da paixão anfetamínica. Com isso, o príncipe pode virar sapo.
Isso não acontece com 90% das aves, mas acontece com 97% dos mamíferos, inclusive nos humanos. Nossos genes nos fazem procurar novos parceiros. A fila deve andar na busca de um novo fornecimento das anfetaminas da paixão. Entretanto, para nossa sociedade, temos de ficar ligados aos parceiros mesmo quando a paixão se foi, ou ainda nunca existiu, em razão dos casamentos arranjados, comuns em muitas culturas. Se não podemos procurar abertamente uma nova companhia, a cerca da vizinha está logo ali para ser pulada.
Hoje em dia, a disponibilidade de cercas é inimaginável. O estresse do dia a dia nos deixa tristes e, a chance de felicidade, mesmo que momentânea, está logo ali do nosso lado nas ruas, bares, boates, trabalho e até mesmo na internet. É como dizem os ditados: “a oportunidade faz o ladrão” e “trair e coçar é só começar”...
Mas as mesmas anfetaminas que nos deixam felizes, nos deixam desatentos, e os sinais de desinteresse em nossos relacionamentos aparecem e começamos a dar as pistas da traição. O perfume diferente, o súbito interesse por pescaria, os pequenos hematomas em lugares estranhos. Isso quando alguém não nos pega traindo o parceiro.
A traição é abominada por grande parte das culturas, mas como a maioria delas é patriarcal, existe certa complacência com os homens que traem, justificando-se que eles têm de espalhar seus milhões de espermatozóides pelo maior número de mulheres possíveis. As adúlteras poderiam ser apedrejadas em praça pública pelo marido e por toda a sociedade, seriam “queimadas no mármore do inferno”, segundo alguns países islâmicos. Até o rei de Portugal, Dom José, assinou uma lei que ajudava os traídos a saberem de sua condição. Dizia a lei que, quem soubesse de uma traição de uma esposa, deveria pendurar chifres de boi na porta do marido traído. Com isso, nasceram os “cornos”.
Com o aumento da independência feminina no último século, as mulheres conseguiram igualar seus direitos, inclusive em ganhar acessórios nas testas. Em Hong Kong, a mulher traída tem direito, garantido por lei, de matar o marido adúltero com suas próprias mãos, juntamente com a amante. Na sociedade ocidental, se criou um mecanismo menos extremo, o divórcio.
Existente desde a antiguidade, o divórcio se sobrepôs ao compromisso religioso pela primeira vez, quando Henrique VIII rompeu com a igreja católica para regularizar seu romance extraconjugal com Ana Bolena. Casos marcantes de traição são reconhecidos em diversas sociedades desde a Antiguidade, como o de Messalina na Roma antiga, onde traia o imperador Cláudio com diversos homens, às vezes vários no mesmo dia. Na Idade Média e Contemporânea, os chifres enfeitavam as cabeças de muitos membros da realeza, sendo o caso mais representativo o do próprio Henrique VIII e suas oito mulheres.
Afinal, a realeza parece não se importar muito com a monogamia e, casos famosos se encontram em diversas realezas. Na Família Real portuguesa, por exemplo, D. Carlota Joaquina era famosa por enfeitar a testa de D. João VI e, parece que seu
filho D. Pedro I aprendeu bem a lição com a mãe, com suas constantes traições à D. Leopoldina, sendo a mais famosa com a “favorita do imperador”, Marquesa de Santos.
Outros casos famosos são das pessoas de destaque na sociedade, sejam da realeza ou não. Vejamos as relações do Príncipe Charles e Camila Parker-Bowles, Bill Clinton e Monica Lewinski, John Terry e a esposa de seu companheiro de seleção inglesa, Wayne Bridge, e mais recentemente Tiger Woods e suas diversas relações extraconjugais. Algumas ficam para história, terminam em divórcio ou então os traídos aceitam seus cônjuges de volta. Mas, a marca da traição sempre fica, e dessa marca surgem manifestações, seja na literatura, poesia ou música. Na literatura podemos ver tal traição em Dom Casmurro e em Dona Flor e seus dois maridos, só para citar exemplos nacionais.
Um coração partido é capaz de produzir músicas lindas, mas normalmente acaba por ficar piegas (ou até mesmo brega) demais, para a maioria das pessoas. No Brasil temos grandes exemplos disso. Contrastando com as belas melodias dos sambas-canções sobre os amores perdidos, existe todo um nicho de mercado para artistas como Reginaldo Rossi, Falcão e duplas sertanejas que cantam a perda de um amor de forma mais popular, caindo por muitas vezes no exagero. Muitas piadas também foram feitas em músicas, como os Mamonas Assassinas na sua clássica “Bois don’t cry”. Então, nada melhor para curar um coração partido numa mesa de um bar, ou até mesmo na “Boate Azul”...
O carnaval também é palco dessas paixões repentinas, muitas delas acabando em traições como o clássico triângulo amoroso de “Máscara Negra” entre o Arlequim, o Pierrô e a Colombina ou na traição de “Aurora”. É assim, como as próprias canções dizem, algumas paixões duram um tempo e se vão, outras duram por uma eternidade. Muitas resistem a vários carnavais, como dizia Adoniram Barbosa em sua “Camisa Amarela”, enquanto novas paixões podem ser despertadas, como a pela mulata de o “O Teu Cabelo não Nega”.
A vida é assim, e voltando a parafrasear o velho poetinha “... Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure”, ao invés de “...até que a morte nos separe”.
Isac Ferreira.
Acreditamos que encontraremos nossas almas gêmeas, princesas (ou príncipes encantados) e que, assim, encontraremos a felicidade plena. O coração dispara, a boca seca e o corpo treme. Nosso corpo se enche das drogas do amor, as “anfetaminas”, que nos viciam em paixão e, tudo o que nos interessa, é estar com a pessoa amada. Depois de um tempo, as drogas tornam-se endorfinas, que nos dão bem-estar e segurança, mas sem a emoção da paixão anfetamínica. Com isso, o príncipe pode virar sapo.
Isso não acontece com 90% das aves, mas acontece com 97% dos mamíferos, inclusive nos humanos. Nossos genes nos fazem procurar novos parceiros. A fila deve andar na busca de um novo fornecimento das anfetaminas da paixão. Entretanto, para nossa sociedade, temos de ficar ligados aos parceiros mesmo quando a paixão se foi, ou ainda nunca existiu, em razão dos casamentos arranjados, comuns em muitas culturas. Se não podemos procurar abertamente uma nova companhia, a cerca da vizinha está logo ali para ser pulada.
Hoje em dia, a disponibilidade de cercas é inimaginável. O estresse do dia a dia nos deixa tristes e, a chance de felicidade, mesmo que momentânea, está logo ali do nosso lado nas ruas, bares, boates, trabalho e até mesmo na internet. É como dizem os ditados: “a oportunidade faz o ladrão” e “trair e coçar é só começar”...
Mas as mesmas anfetaminas que nos deixam felizes, nos deixam desatentos, e os sinais de desinteresse em nossos relacionamentos aparecem e começamos a dar as pistas da traição. O perfume diferente, o súbito interesse por pescaria, os pequenos hematomas em lugares estranhos. Isso quando alguém não nos pega traindo o parceiro.
A traição é abominada por grande parte das culturas, mas como a maioria delas é patriarcal, existe certa complacência com os homens que traem, justificando-se que eles têm de espalhar seus milhões de espermatozóides pelo maior número de mulheres possíveis. As adúlteras poderiam ser apedrejadas em praça pública pelo marido e por toda a sociedade, seriam “queimadas no mármore do inferno”, segundo alguns países islâmicos. Até o rei de Portugal, Dom José, assinou uma lei que ajudava os traídos a saberem de sua condição. Dizia a lei que, quem soubesse de uma traição de uma esposa, deveria pendurar chifres de boi na porta do marido traído. Com isso, nasceram os “cornos”.
Com o aumento da independência feminina no último século, as mulheres conseguiram igualar seus direitos, inclusive em ganhar acessórios nas testas. Em Hong Kong, a mulher traída tem direito, garantido por lei, de matar o marido adúltero com suas próprias mãos, juntamente com a amante. Na sociedade ocidental, se criou um mecanismo menos extremo, o divórcio.
Existente desde a antiguidade, o divórcio se sobrepôs ao compromisso religioso pela primeira vez, quando Henrique VIII rompeu com a igreja católica para regularizar seu romance extraconjugal com Ana Bolena. Casos marcantes de traição são reconhecidos em diversas sociedades desde a Antiguidade, como o de Messalina na Roma antiga, onde traia o imperador Cláudio com diversos homens, às vezes vários no mesmo dia. Na Idade Média e Contemporânea, os chifres enfeitavam as cabeças de muitos membros da realeza, sendo o caso mais representativo o do próprio Henrique VIII e suas oito mulheres.
Afinal, a realeza parece não se importar muito com a monogamia e, casos famosos se encontram em diversas realezas. Na Família Real portuguesa, por exemplo, D. Carlota Joaquina era famosa por enfeitar a testa de D. João VI e, parece que seu
filho D. Pedro I aprendeu bem a lição com a mãe, com suas constantes traições à D. Leopoldina, sendo a mais famosa com a “favorita do imperador”, Marquesa de Santos.
Outros casos famosos são das pessoas de destaque na sociedade, sejam da realeza ou não. Vejamos as relações do Príncipe Charles e Camila Parker-Bowles, Bill Clinton e Monica Lewinski, John Terry e a esposa de seu companheiro de seleção inglesa, Wayne Bridge, e mais recentemente Tiger Woods e suas diversas relações extraconjugais. Algumas ficam para história, terminam em divórcio ou então os traídos aceitam seus cônjuges de volta. Mas, a marca da traição sempre fica, e dessa marca surgem manifestações, seja na literatura, poesia ou música. Na literatura podemos ver tal traição em Dom Casmurro e em Dona Flor e seus dois maridos, só para citar exemplos nacionais.
Um coração partido é capaz de produzir músicas lindas, mas normalmente acaba por ficar piegas (ou até mesmo brega) demais, para a maioria das pessoas. No Brasil temos grandes exemplos disso. Contrastando com as belas melodias dos sambas-canções sobre os amores perdidos, existe todo um nicho de mercado para artistas como Reginaldo Rossi, Falcão e duplas sertanejas que cantam a perda de um amor de forma mais popular, caindo por muitas vezes no exagero. Muitas piadas também foram feitas em músicas, como os Mamonas Assassinas na sua clássica “Bois don’t cry”. Então, nada melhor para curar um coração partido numa mesa de um bar, ou até mesmo na “Boate Azul”...
O carnaval também é palco dessas paixões repentinas, muitas delas acabando em traições como o clássico triângulo amoroso de “Máscara Negra” entre o Arlequim, o Pierrô e a Colombina ou na traição de “Aurora”. É assim, como as próprias canções dizem, algumas paixões duram um tempo e se vão, outras duram por uma eternidade. Muitas resistem a vários carnavais, como dizia Adoniram Barbosa em sua “Camisa Amarela”, enquanto novas paixões podem ser despertadas, como a pela mulata de o “O Teu Cabelo não Nega”.
A vida é assim, e voltando a parafrasear o velho poetinha “... Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure”, ao invés de “...até que a morte nos separe”.
Isac Ferreira.