segunda-feira, 6 de setembro de 2010

G.R.E.S.V. GUERREIROS DO LEÃO


Nome da Escola: G.R.E.S.V. GUERREIROS DO LEÃO
Fundação: 27/11/2009
Cidade-Sede: Bragança Paulista
Cores: Vermelho, Branco e Ouro
Símbolo: Leão

Presidente: Sandro Ferraz
Conselho de Carnaval: Sérgio Júnior (intérprete e enredista), Thiago Rocha, Felipe Bueno
Diretor Musical: Leandro Carvalho de Araújo
Enredo 2011: O GUARANÍ
De mãos dadas com a alegria e nas garras da emoção, o Grêmio Recreativo Escola de Samba Virtual Guerreiros do Leão traz para a Passarela do Samba, uma história que em certos momentos se confunde com a própria história do Brasil.

Desde os tempos do descobrimento, o país fora habitado por inúmeras etnias indigenas, entre elas estavam os “Guaranis”. Valentes guerreiros e habeis caçadores, esses índios habitavam uma porção centro-meridioanal do território brasileiro e ainda uma considerável extenção de toda a América do Sul, o que incluía países como Argentina, Paraguai, Bolívia, entre outros.

Muito mais que sua cultura, essa etnia nos deixou um legado cultural e intelectual invejável, embora as obras que mais os caracterizaram, tenham sido apresentadas ao Mundo por “caraíbas” que tiveram suas mentes iluminadas pelos grandes espíritos guaranis.

Sinopse

1° Setor – Os Índios Guaranis

Eis que cai o véu da noite... a ópera vai começar!

Na mágia que cerca o espetáculo do Carnaval, a Guerreiros do Leão vem exaltar a cultura e aqueles que popularizaram a história dos índios guaranís através de obras literárias e eruditas de enorme valor.

Tudo tem início com o descobrimento do Brasil. Embora o primeiro contato com o homem branco tenha se dado no momento da expansão territorialista, não existem registros desse encontro, uma vez que esse povo não possuía nenhuma forma de escrita e como diz a tradição, seus costumes eram propagados de maneira oral, ou seja, a cultura dos guaranis passava de geração em geração por meio das palavras. O que se sabe efetivamente, é que passaram a ter maior contato com o homem branco após a Guerra do Paraguaí, que em parte, teve como cenário as terras Guaranís.
O que se sabe daquela época, era que constituíam sociedades descentralizadas, onde as principais atividades eram a caça e a agricultura, onde se destacava o plantio da mandioca, feijão e milho.
2° Setor – A Obra Literária Ganha Vida com José de Alencar
A trajetória dos guaranis era até então restrita aos estudos acadêmicos, citações em peças escritas pelos jesuítas e ainda a uma pequena parcela de pesquisadores que se interessavam pela “arqueologia” da língua falada no Brasil.
Entretanto, em 1800, o escritor cearense José Martiniano de Alencar escreveu aquele que até hoje é considerado uma de suas maiores obras literárias. Uma obra que gerou todos os reconhecimentos possíveis ao célebre “Imortal”.
Intitulado “O Guarani”, a obra narrava a história da jovem Cecília, filha de portuguêses da tradicional família Mariz, e de Peri, um guerreiro guarani.
A história se passa no Rio de Janeiro, na primeira metade do século XVII, onde Portugal ainda dependia financeiramente da Espanha. Os principais momentos da narrativa se dão quando do embate entre os portuguêses e os índios Aimorés. Sangrentas batalhas são travadas, culminando assim na ruína de quase toda a família Mariz, com excessão da menina Cecília, que ao se ver sozinha no Mundo, decide seguir sua vida vivendo com Peri nas selvas. O ápice do romance se dá exatamente em seu final, com a união amorosa sugerida por Alencar entre os personagens, que se perdem ao horizonte levados pelas águas da terrível tempestade que assola a floresta em uma palmeira improvisada por Perí como canoa.
3° Setor – Nos Palcos do Mundo com a Ópera de Carlos Gomes
Após ganhar as massas populares, era chegada a hora do reconhecimento pleno. Em 1870, o gênio Antônio Carlos Gomes, grande maestro brasileiro compôs a ópera homônima da obra de José de Alencar. Com “O Guarani”, Carlos Gomes que já era reconhecido como um dos maiores regentes da história do Brasil alcançou vôos ainda mais altos com a sua epopéia músical que fora sucesso de público e critica logo em sua primeira exibição, que ocorreu no dia 19 de março do mesmo ano no Scala de Milão. No Brasil, estreou no mesmo ano. Foi ouvida 32 vezes no Scala e depois seguiu para Florença, Gênova, Ferrara, Londres, Vicenza, Treviso, Turim, Palermo, Catânia, Reggio Emilia, Lugo, Buenos Aires, Varsóvia, Rio de Janeiro, Montevidéu, Paris, São Petersburgo e Moscou, num total de 231 apresentações em 8 anos.
A aceitação foi tanta, que na noite de estréia, Gomes ouviu os maiores elogios que poderia receber. O já consagrado Giuseppi Verdi, o homenageou com as palavras: “Questo giovane comincia dove finisco io”, ou seja. “Este jovem começa, de onde eu termino”
Dado o estrondoso sucesso obtido com “O Guarani”, Carlos Gomes foi condecorado pelo Rei Victor Emmanuel, com a ORDEM DA COROA. Já durante a estréia nacional da ópera, ocorrida no Teatro Lírico Provisório do Rio de Janeiro, no dia 2 de dezembro de 1870, o maéstro foi novamente premiado, dessa vez com a ORDEM DA ROSA, concedida a ele pelo Imperador Dom Pedro II, exatamente no dia do 45° aniversário do Imperador que compareceu e prestigiou a glória do maéstro.

Após essa grande apresentação da Guerreiros do Leão, o espetáculo se encerra com os gritos do público: Viva o Carnaval! Viva Carlos Gomes! Viva José de Alencar!

Sérgio Júnior