sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

G.R.E.S.V Princesa de Minas


Nome da Escola: G.R.E.S.V Princesa de Minas
Fundação: 11/01/2010
Cidade-Sede: Juiz de Fora, MG
Cores: Azul Celeste, Amarelo e Branco.
Símbolos: Coroa

Presidente: Marcos Lodi (Markão Melodia)
Diretora de Carnaval: Samara Miranda
Interprete: Rodrigo Vianna
Enredo: Somos Mineiros de fé!
Introdução:

Neste carnaval o G.R.E.S.V Princesa de Minas vem apresentar um dos maiores legados e características do povo mineiro: A fé!

A religiosidade mineira é tradicional no cenário histórico cultural do país, pelas Igrejas em estilo barroco e festas onde a devoção do povo emociona quem assiste.

Vamos desvendar através deste desfile às origens da religiosidade mineira que originou a fé de um povo hospitaleiro, guerreiro e vencedor.

Venha conhecer nossas origens. Sinta a nossa sede de vitória. “Por que somos mineiros de fé”!

SETOR I

Da colonização á miscigenação.

As imagens religiosas aportaram no Brasil com os portugueses, ainda hoje um dos povos de forte tradição católica na Europa. Com a colonização, os portugueses introduziram o uso de imagens sacras.

Em Minas Gerais a religiosidade mineira foi moldada por esses contornos populares no alvorecer da capitania, com a chegada dos primeiros bandeirantes. “Junto com os mineradores, chegam os escravos negros, a mão-de-obra imprescindível a qualquer empreitada aurífera. Assim formam-se os primeiros núcleos humanos, compostos de um amálgama de pessoas brancas e negras, vivendo em arraiais encravados nos vales, entre as montanhas mineiras.”

Os primeiros jesuítas a pisar no espaço que viria a constituir as Minas do Ouro aqui estiveram ainda no século XVI, e as expedições com a finalidade de catequese e aldeamento de gentios se mantiveram no decorrer do século XVII. Os Jesuítas que por aqui passaram contribuíram para a formação de uma cultura política que culminou em quatro delitos de Inconfidências que tiveram como palco às minas durante o período pombalino.

Em 1711 surgiram as primeiras vilas, como Sabará, Ouro Preto, Vila do Carmo e São João Del Rei, seguidas, logo depois, de outras. No centro de cada uma delas erguem-se a Câmara e a cadeia, o pelourinho e a igreja matriz, símbolos dos poderes secular e religioso naquelas bandas. “À margem destes, levantam-se as primeiras igrejinhas particulares, construídas pelos negros, escravos, geralmente dedicadas à Nossa Senhora do Rosário dos Pretos. Muitas dessas capelas surgem ainda no final do século 17 e no início do século 18 já eram em número considerável, espalhadas por vários pontos do território. Onde havia escravos minerando, lá podia ser encontrado um orago dedicado ao rosário de Nossa Senhora.”

Uma maneira encontrada pelos negros desde a época da mineração para comemorar sua padroeira e protetora foi incorporar-se a uma irmandade que, no entanto, servia disfarçadamente para realçar a estratificação social existente. Desse modo, brancos, negros e mulatos se reuniam em torno de irmandades separadas, que se rivalizavam entre si.



SETOR II

“ De Vila Rica para toda Minas”

O espírito de diversão e prazer estava constantemente presente na Minas Gerais do século XVIII. As irmandades contribuíram como a principal promotora, sobretudo, com as suntuosas procissões que preenchiam as estreitas ruas da localidade. Em 1733 ocorreu a mais expressiva solenidade pública da América Portuguesa – o tríduo (espaço de três dias) – que configurou na transladação do Santíssimo Sacramento da igreja de Nossa Senhora do Rosário para inauguração da nova matriz de Nossa Senhora do Pilar, em Vila Rica. Este tipo de evento costumava promover atenção tanto na esfera sacra como também no âmbito profano, algo corriqueiro numa sociedade praticante da religiosidade. Escritores apontam que este espírito lúdico acabou contribuindo para os interesses políticos.

Por outro lado, a liberdade oferecida por parte dos portugueses, em se criar novas irmandades, eximiam-se da obrigatoriedade (visto que detinha a qualidade de grão – mestres da Ordem de Cristo) na criação e manutenção das igrejas. Desta forma, a Coroa expandia sua capacidade de vigiar à sociedade colonial.

A Igreja se firmou como o centro da vida religiosa e cultural daquela época. A total integração se dava nos festejos oficiais realizados durante o ano. As músicas surgiam do povo para celebrar os santos e padroeiros dos devotos. Cada qual com sua irmandade, cuidava de seus templos.

Desde então, com o passar do tempo as festas religiosas se tornaram culturalmente parte integrante da história da fé do povo mineiro, passando de geração á geração.

SETOR III

“Os grandes artistas e suas obras incríveis”

Eruditas ou populares, em barro cozido ou madeira, mas sempre policromadas em virtude do maior realismo exigido pela sua destinação devocional, as imagens refletem aspectos originais de nossa cultura. Se o comprometimento básico do escultor era com a adequação iconográfica, fundamental para que o santo pudesse ser reconhecido pelo seu aspecto e atributos específicos, a transposição do tema para o barro ou a madeira dependia de sua capacidade técnica e visão do mundo, determinadas pela cultura e pelo viver em sociedade que condicionam as características específicas do gosto regional ou local.

Em Minas Gerais podemos citar artistas importantes, alguns mais conhecidos outros não, embora a contribuição de cada um tenha sido de grande valia na história.

Francisco Xavier de Brito (morto em 1751), cuja biografia é praticamente desconhecida, foi quem fez as imagens do retábulo do altar-mor de Pilar de Ouro Preto. José Coelho de Noronha (ativo entre 1747 e 1765), era um entalhador de prestígio e fama na época em que viveu e é responsável por diversas obras, entre elas o retábulo da Catedral de Mariana, e outras.

Antonio Francisco Lisboa, conhecido como “Aleijadinho”, foi arquiteto e escultor do Período Colonial, sendo considerado o artista mais importante do estilo Barroco no Brasil. Deixou mostras de seu talento em Ouro Preto, Sabará, Caeté, Catas Altas, Santa Rita Durão, São João Del Rei, Tiradentes e Nova Lima, cidades de Minas Gerais, onde desenhou e esculpiu para dezenas de igrejas. Em Mariana, assinou o chafariz da Samaritana e, a Congonhas do Campo, legou suas obras-primas: as estátuas em pedra-sabão dos 12 profetas (1800-1805) e as 66 figuras em cedro (1796) que compõem a Via-Sacra.

Como resultado de toda esta contribuição artística hoje temos o privilégio de observar um patrimônio histórico cultural contido nas igrejas da Minas Gerais, sobretudo em Ouro Preto, (antiga Vila Rica). O Barroco e o Rococó ditam as características artísticas (arquitetura, música, escultura) da região. Estas maravilhas que não cansamos de testemunhar foram mantidas e custeadas pelas irmandades coloniais mineiras.

SETOR IV

“ Somos mineiros de fé”

Das grandes construções e patrimônios histórico-culturais, Minas Gerais abriga o que tem de mais valioso: O seu povo. Este constrói a cada dia uma história de lutas e conquistas que influenciaram e influenciam até hoje em questões importantes de âmbito nacional.

O povo humilde e batalhador se une neste momento. Não somente para mostrar sua cultura, mas também para mostrar ao mundo o valor de sua fé, crendo que Princesa de Minas não somente mostrará um pouco de sua gente, mas também a força de seu chão que levará a escola a triunfar na passarela. “Por que somos mineiros de fé”!

Marcos Lodi e Samara Miranda
Autores do enredo
Fontes:

http://www.historianet.com.br/conteudo/default.aspx?codigo=765

http://www.usp.br/jorusp/arquivo/2005/jusp735/pag1011.htm

http://www.ichs.ufop.br/conifes/anais/CMS/ccms14.htm

http://periodicos.pucminas.br/index.php/horizonte/article/viewArticle/400