terça-feira, 5 de janeiro de 2010

GRESV Mocidade Leopoldense


Nome da Escola: Grêmio Recreativo Escola de Samba Virtual Mocidade Leopoldense
Fundação: 20/06/2004
Cidade-Sede: São Leopoldo, RS
Cores: verde, preto e prata
Símbolos: pantera

Presidente: Édson Dutra
Vice-Presidente: Douglas Gularte
Carnavalesco e Autor de Enredo: Eduardo Yohaness
Intérprete: Tom Astral
Figurinista: Maurício Schlusen
Secretária: Allana Medeiros
Enredo: No Retorno da Pantera, o Encanto da Realeza: A Mocidade Apresenta o Esplendor da Corte Francesa
“Estou de volta pro meu aconchego, trazendo na mala bastante saudade”1...

O Palácio de Versalhes se enfeita de verde, preto e prata, para a recepção à Pantera que hoje é a grande monarca. Nesta noite de gala passando por estes três reinados, que marcaram a história. Três reis, que mesmo tendo um império a dissolver-se pela democracia, não deixaram de brilhar e ostentar todo o esplendor da gloriosa França.

“Soit Bien Venue Chéri”

1º Setor – O Estado Sou Eu

E o povo francês viu surgir aquele que seria um de seus reis mais expressivos. A dinastia dos Bourbon caminhava para o seu auge na figura de Luís XIV.

Construiu o Palácio de Versalhes como sendo a sede da Corte Real na França. Aliado ao luxo que a corte ostentava, elege como seu emblema, o Sol, que simboliza a força, ordem, a regularidade, o poder. E com o lema ."L'État c'est moi" (O Estado sou eu), Luis XIV reinou como queria sobre a corte francesa. Reinou como um sol.

Popularizou o uso de perucas por todo reino. Ao contrário do que muitos pensavam, isso era muito mais do que simples sinal de vaidade ou capricho. O rei estava ficando careca e precisava esconder a calvície, para manter sua imagem impecável diante de seus súditos. E em pouco tempo, todos da corte ostentavam perucas, à moda do rei...

Entre suas paixões, a dança era uma das favoritas. Bailados elegantes, animavam as festas na Corte. O rei também adorava os espetáculos de balé e a prática do jeu de paume, esporte antecessor do tênis.

Todo o esplendor do Rei Sol encerrou-se em 1715, com a sua morte. Seria então levado ao trono o sucessor, seu bisneto Luis XV.

2º Setor – O Bem Amado

Com apenas cinco anos, Luís XV viu o trono da corte vazio com a morte de seu bisavô. Quando atingiu a maioridade e assumiu o trono do reino, destituiu o primeiro-ministro da corte, governando assim absolutamente a Corte Francesa, porém, demonstrou ser um rei ineficiente, segundo os franceses. A monarquia, em seu período, perdeu o prestígio, tanto externamente quanto internamente. Suas políticas não eram satisfatórias. Favorecia uma minoria e isso refletia negativamente no seu reinado. Perseguiu os protestantes na Reforma e pouco supriu as necessidades dos produtores agrícolas.

Durante o seu período no governo francês, dirigiu o Estado em grandes guerras territoriais, que ao longo do tempo, tomaram grande parte das finanças da corte. Reforçou o Parlamento, mas como esse o fizera oposição, dissolveu-o.

Se no campo financeiro as ações do rei não estavam das mais favoráveis, no campo amoroso, inúmeras amantes cercavam a realeza, influenciando em suas ações, como de Pompadour, que o influenciou na área da política externa (mesmo assim, a rivalidade com os Habsburgos, da Áutria, se manteve) e du Barry, com quem o rei exibiu toda exuberância da corte, com altos gastos e caprichos luxuosos.

Entre os destaques do seu reinado, Luís XV procurou valorizar o campo das artes. E a França explodiu em cores, com a valorização de artistas e pintores. Em outros setores artísticos também houve destaque. A área intelectual também apresentou destaque na política do rei.

O reino, após uma pequena recuperação, já nos últimos anos de reinado, viu o crescimento da aristocracia da burguesia, mesmo o país estando em decadência. O insucesso do rei à frente das finanças fez com que ele reservasse para seu neto e sucessor ao trono, Luís XVI, um reino em forte declínio, fazendo cumprir a sua célebre frase, que muitos consideram como uma profecia: "depois de mim, o dilúvio".

3º Setor – O Último Monarca

Luis XVI encerrou a era monárquica da França e a dinastia dos Bourbon. Recebeu o trono francês afundado, em plena decadência, mantendo-se assim até o início da Revolução Francesa. Casou-se aos dezesseis anos com Maria Antonieta da Áustria, uma das mais famosas rainha da corte francesa.

Suas reformas políticas não conseguiram sustentar o Estado. Suas políticas econômicas e sociais foram fracassadas e a monarquia francesa entrava em declínio, vendo o Estado em seu interior, o aflorar de uma grande revolta social.

A corte exibindo seu luxo e seus caprichosos contrastava com o restante da população, que reivindicava melhores condições de vida e também almejavam o poder, o que era o caso da burguesia, que era a maioria da população.

O rei convocou os Estados Gerais, que se reuniram em Versalhes em 1789, pela primeira vez, para decidirem sobre as ações políticas na França. A reunião das três ordens da sociedade: o clero (1º estado), a nobreza (2º estado) e a burguesia e os camponeses (3° estado). O rei dissolveu a reunião, temeroso de uma revolta por parte do terceiro estado, sendo esse fato um dos acontecimentos que marcaram o início da Revolução.

Não inevitável a contenção da Revolução Francesa. E a corte viu ruir toda sua opulenta riqueza. A França acompanhou a Queda da Bastilha e um dos fatos marcantes foi a promulgação da Declaração Universal dos Direitos Humanos, a qual o rei se recusou a aprovar, gerando uma revolta gigantesca na população.

O Palácio de Versalhes foi invadido e o rei e sua corte foram forçados a ir para Paris. Em meio a reformas, propostas pelos revolucionários, Luís XVI, em contato com outros soberanos absolutos, julgou o momento oportuno para escapar e iniciar a contra-revolução. Fugiu, mas foi pego e posto sob vigilância no Palácio das Tulherias.

Uma violenta guerrilha tomou conta da França, que fora invadida por exércitos de outros países, apoiados secretamente por Luís XVI. Em 1792, a França proclama a República e o rei, acusado de traição, aguarda julgamento.

Em 21 de janeiro de 1793, o rei Luis XVI foi guilhotinado em praça pública. A rainha Maria Antonieta foi executada meses depois, o que gerou grande repercussão entre diversos soberanos europeus que em parte ficaram contra a França revolucionária, apesar do desprezo que muitos membros da nobreza e clero tinham de Maria Antonieta, pertencente dos Habsburgos, os grandes rivais Bourbon e pela sua vaidade e gosto pelo luxo.

Ali terminava a era da monarquia francesa e uma das dinastias mais famosas do mundo. A França recomeçava uma nova era, agora com a República, repercutindo por toda Europa e também por outros continentes, espalhando os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternidade para o homem e seu povo.

E na passarela virtual, a pantera majestosa, encanta mais uma vez. É o retorno para os braços do povo, que ao longo de 6 anos, aplaudem a gauchinha virtual. Brilha Mocidade! Traz para a avenida o encanto da França monárquica, a história fascinante do luxo à conquista do povo... Só vê a luz quem abre os olhos e só progride quem quer.

“Três Bien Mon Amour”... “Voltei agora pra ficar, porque aqui é meu lugar”.2...

Eduardo Yohaness
Carnavalesco

Citações musicais:

1. De Volta pro Aconchego (Dominguinhos / Nando Cordel)
2. O Portão (Roberto Carlos / Erasmo Carlos)